Alexandre Reis é o poeta/artista por trás do escrevendo e semeando – esse perfil com trocadilhos cheios de conteúdo e otimismo – e é o entrevistado do mês aqui no blog (obrigada por aceitar meu convite Alexandre!). Adorei ler as respostas dele e conhecer mais sobre essa pessoa tão criativa e tenho certeza que é o tipo de leitura que vai tornar o seu dia mais inspirado. Ainda duvida? É só começar a ler!

Alexandre Reis: A Escrevendo e Semeando nasceu quando uma semente caiu da ponta do lápis e brotou numa folha branca de um caderno de doze matérias e muitos sonhos. Permaneceu escondida em entrelinhas até que encontrou bocas que disseram: “Voa!”. Virou passaverso e começou a voar. De início eram voos tímidos, rasantes e até mesmo rasteiros. Mas depois aprendeu a se escorar no vento, ganhando altitudes, plenitudes. Ela agora voa cheia de graça, alto, longe, perto. Faz ninho nas distâncias e nos silêncios. Pia em versos e bate asas maiúsculas, cheias de rabiscos, colorindo-se por aí.
Nunca tive a pretensão de escrever (e nem a de rabiscar). Sempre gostei das exatas e foi por aí que trilhei minha carreira profissional. Em 2008, cansado da rotina da TI, resolvi adotar práticas que me afastassem da área após o expediente. Comecei então a devorar livros (literatura, poesia, ou qualquer outra coisa que não fosse exata!).
Acho que a leitura afrouxou alguns parafusos da minha cabeça. Comecei a sentir a necessidade de escrever, de pôr estes parafusos pra fora. Desta forma nasceram os primeiros versos, que ficaram escondidos num caderno de 12 matérias até o ano de 2009, quando um grande amigo leu alguns e disse: “Não esconda isso. Você precisa fazer estes versos voarem. Crie um blog. Publique o seu trabalho!” Obedeci!
Foi então que nasceu o Escrevendo e Semeando, contendo os meus primeiros passaversos. E, a partir de 2012, o blog ganhou seus correspondentes nas redes sociais:
Minha poesia permaneceu na forma letral até bem pouco tempo. Utilizava imagens de outros para fazer par com os versos. Estas, eram garimpadas na Internet e, quando publicada a poesia, eu informava a autoria da figura. Mas, infelizmente, existe muita coisa circulando neste mundo virtual sem os devidos créditos. Sempre era um problema quando eu encontrava uma imagem, amava o seu conteúdo (pois fazia um par perfeito com os meus versos), mas não podia utilizá-la, pois não sabia de quem era!
Foi então que, em Janeiro de 2013, comecei a fazer os meu próprios rabiscos. Descobri assim que a minha poesia poderia sair do mundo das letras e alcançar o mundo das imagens, das cores. Descobri que poderia voltar a ser criança através dos rabiscos, crescer para menos para ser mais. Foi assim que aprendi a voar!

Odd: Onde você costuma encontrar inspiração para se manter sempre tão criativo?
AR: A minha maior inspiração está no cotidiano, no ordinário, no comum. Há muita riqueza escondida no dia-a-dia. Gosto de ver o vendedor virando as tapiocas no seu carrinho quando estou parado no semáforo, indo para o trabalho cedinho do dia. Gosto de sentir o cheiro da goma assando. Há muita Poesia neste cheiro, nesta cena, nesta sina. Tive a oportunidade de morar na França. Visitei Paris. Fui a Torre Eiffel e confesso: Não consegui escrever um verso diante daquilo tudo. O grandioso me assusta. Minha poesia é miúda, tímida. Minha poesia é um pardal.
Odd: Você gosta muito de algum poeta/escritor/artista em especial? Poderia nos contar qual?
AR: Leio muitos autores, muitos poetas nacionais e internacionais. Mas a minha grande paixão chama-se Manoel de Barros. Me identifico totalmente com a sua obra, com as suas “raízes crianceiras”. Me encanta o fato de um senhor de 97 anos escrever como uma criança. Ele não tem nenhuma preocupação com o significado das palavras, com o sentido delas.
Está sempre dando novas funções, novos ares, novos “deslimites”. Isso me fascina! Já no campo das imagens, gosto dos traços dos mestres Van Gogh, Monet e Cézanne. E sou apaixonado pelos rabiscos de Saint-Exupéry. Eles me reduzem para mais!
Odd: E quanto à sua própria arte, existe uma que tenha um significado especial para você, que marcou algum momento da sua vida?
AR: O primeiro desenho que publiquei na Internet com certeza marcou um momento de transição na minha arte e na minha vida como um todo. Trata-se de um homem mergulhando em uma piscina de pensamentos. Era justamente assim que eu estava naquele momento, em Janeiro de 2013. Estava prestes a mergulhar em um novo. Um novo país, um novo trabalho, uma nova maneira de expressar minha arte. Tudo mudou depois deste desenho!

Meu livro pode ser comprado diretamente comigo, através do e-mail:
[email protected]
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E estou em busca de parcerias para a produção de quadros. Interessados, por favor e-mail-me: [email protected] ; )



3 Comments
Tina Bau Couto
13 Maio, 2014 at 2:12 pmEu achei e acho o máximo!
Pura proza, bossa, poesia, encantamento, talento.
O Alexandre escreve, desenha, rascunha, rabisca, semeia, flora, aflora, frutifica, é acessível, inteligente, sensível, ímpar!
Sou fã!
Fenix
12 Maio, 2014 at 8:04 pmAlexandre é um poeta como poucos! reúne sensibilidade, humor , tristeza, drama, com uma delicadeza e inteligência aguda em seus desenhos, que quase falam o que ele escreveu….Sei que ele é admirador de Manoel de Barros. Eu diria que é quase uma continuação dele, um herdeiro de seu estilo tão particular, delicioso, de escrever Parabéns , sempre Alexandre!
Alexandre Reis
12 Maio, 2014 at 3:55 pmMuito obrigado pela oportunidade, Thyeme!
Amei estar por aqui! ; )
Abraços poéticos!