mae e bebe na piscina em preto e branco

Existencialismo

Livros

Eu comecei esse post escrevendo sobre a minha maternidade (pois é, agora eu sou mãe de um bebê de 1 ano e 2 meses *-*), mas no meio do caminho percebi que eu não queria falar sobre isso. Quando eu decidi manter o meu blog, de certa forma foi pensando em me reconectar com os meus hobbies e comigo mesma. Além disso, eu decidi que pensaria nos meus posts com bastante honestidade e leveza, sem levar as coisas tão a sério e sem ficar colocando pressão em mim mesma para colocar conteúdo aqui. Então, maternidade é um tópico que deve aparecer bastante, mas não agora.

Para o ano de 2024 eu decidi que queria fazer as coisas de forma diferente, com CONSTÂNCIA, que é algo que eu definitivamente não tenho. Em nada. Na verdade até tenho, sou constante nos meus maus hábitos. Isso provavelmente se deve ao meu possível TDAH em investigação. No entanto, eu sei que eu sou capaz de executar certas ações para mudar isso e esse, no momento, é o meu maior objetivo. Sendo assim, eu fiz o que eu sempre faço quando algum problema está ocupando a minha cabeça: fui atrás de tudo sobre esse assunto. Assim eu encontrei o existencialismo de Jean Paul Sartre.

Leituras para auto reflexão

Coincidentemente, por esses dias eu comecei a ler o livro “hábitos atômicos” (James Clear) que me recomendaram ano passado quando eu estava tentando ser mais disciplinada nos meus estudos. Eu leio livros de auto ajuda às vezes, mas geralmente torcendo o nariz porque tem muitooooos livros ruins por aí. O hábitos atômicos me pareceu meio coach quando julguei pela capa, mas depois de alguns capítulos eu comecei a perceber que algumas das propostas realmente podem ser úteis pra mim.

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Sua identidade emerge de seus hábitos

Por exemplo, quando o autor fala que “a sua identidade emerge de seus hábitos e cada ação é um voto para o tipo de pessoa que deseja se tornar“. Ele também foca nas mudanças pequenas, aquelas que não possuem resultados à curto prazo e parecem não funcionar, mas funcionam sim, depois de um certo período de tempo. No meu caso, eu nunca persisto até chegar nesse momento de transformação, seja por impaciência, preguiça ou mesmo descrença. Mas isso está prestes a mudar.

A existência precede a essência

E onde entra o existencialismo? Bom, sendo uma mãe que trabalha, estuda e cuida de uma casa com três cachorros, eu posso falar com propriedade que não sobra muito tempo. Às vezes não sobra tempo nem pra ser eu e é como se a vida apenas estivesse passando por mim. Em alguns dias esse tipo de percepção me deprime e a vida perde completamente o sentido, e foi em um desses dias que eu joguei o meu sentimento de vazio existencial no google em busca de algum livro que pudesse acalentar a minha alma e encontrei um título “o ser e o nada” que parecia ser exatamente o que eu estava procurando. E era mesmo.

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Um dia dedicado a relaxar com o meu bebê em constante mudança

O existencialismo de Sartre é um tópico de estudo de filosofia e eu desconhecia completamente a teoria. Já tinha ouvido falar de Paul Sartre, mas achava que era algum cineasta (hahaha). Comecei lendo “o existencialismo é um humanismo”, livro de 28 páginas, publicado em 1946 e foi como se eu recebesse um carinho no meu cérebro. Filosofia é legal porque faz com que a gente questione as coisas e questionar é algo que sempre me impulsionou para mudanças significativas. No caso do existencialismo, o que me pegou em cheio foi descobrir que já existia todo um questionamento sobre pensamentos e sentimentos que me acompanhavam há vários anos. A angústia do desamparo, de entender o homem como o responsável pelas suas próprias ações e escolhas (não Deus ou o destino ou os astros…), mas também a possibilidade de mudança, a ideia de que somos mutáveis, basta agirmos de forma diferente.

“Você é livre; escolha, isto é, invente.”

Jean Paul Sartre

No fim das contas, esses dois livros me encheram de motivação para o que eu já pretendia fazer – agir com constância, melhorar – e desbloquearam um caminho que antes eu nem estava enxergando, o caminho de que eu posso ser o que eu quiser, basta que eu aja de acordo com isso.

Na prática é bem mais difícil e, obviamente, eu mesma consigo pensar em várias contestações para essas afirmações, mas no momento eu estou me apegando à essas ideias porque elas me amparam, de certa forma. Meu próximo passo é ler “o ser e o nada” e depois, quem sabe, procurar o pensamento oposto ao existencialismo, e a vida vai seguindo.

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