Liberdade

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Nos últimos meses eu precisei voltar a estudar história (para o enem), andei lendo alguns livros bem reais e tristes – como o holocausto brasileiro – e vendo alguns documentários. Isso tudo me deixou extremamente pra baixo, porque eu odeio o fato que tantas pessoas foram cruelmente privadas de sua liberdade. A chance de fazer escolhas e de cuidar de si próprio foi tirada delas. Isso tudo só porque outras pessoas achavam que tinham o direito de ditar o que era certo, e de exigir que assim fosse.
Aí eu paro e penso no quanto os meus problemas são pequenos se comparados com o que essas pessoas sofreram e no quanto eu preciso ser grata por poder mandar em mim mesma. Liberdade de me locomover, de dizer sim, de dizer não. Privilegiada de não estar em um lugar onde as mulheres são obrigadas a se casar com quem elas não querem, um lugar onde as pessoas são presas por amarem outras pessoas do mesmo sexo e onde crianças são recrutadas para um exército insano…

É uma pena, realmente uma pena que nem todos apreciem essa liberdade. Sim, porque defender um candidato a presidência que abre a boca em rede nacional incentivando a população a se unir contra essa minoria significa que você não gosta do direito de ser livre. Podia ser você nessa minoria, pode ser o seu filho, vai saber?! Assim como eleger um Bolsonaro ou um Feliciano que luta pela cura de algo que nem é doença. Que luta para que um monte de gente perca uma liberdade que ainda é tão recente e ainda mal vista.

Eu acredito (e tenho esperança) de que a mentalidade das pessoas não vai retroceder, só avançar. Cuidar do que já se tem e buscar por mais. Mesmo que ainda continuem existindo alguns tantos ignorantes poderosos, cruéis. Mas se cada um começar a entender tudo o que está envolvido quando se trata de privar alguém de liberdade, então não haverá força que destrua isso. Assim como ter a visão de que as pessoas são pessoas, que embora façam partes de grupos (religião, nacionalidade, cor e etc.), continuam sendo seres individuais e não podem ser julgadas como um todo. Simplesmente não podem. Eu quero continuar sendo livre, respondendo apenas pelos meus próprios atos. E se amanhã eu acordar, não sei, lésbica? Eu quero poder ser lésbica e beijar mulheres na praça como qualquer casal de homem/mulher pode fazer. Sem que fiquem me olhando como se eu fosse uma criminosa (ou me espanquem por isso). Se eu tiver um filho negro, eu quero que ele nunca precise ouvir uma piada sobre ser um macaco. Entre outras coisas.

Você pode dizer que preconceito é frescura, que tudo agora é considerado preconceito e que as pessoas é que estão de mimimi. Isso até o momento em que acontece com você, com alguém que você ama. Aí eu tenho certeza que os seus pensamentos sobre isso mudam. Admitir que é verdade só exige um pouquinho da sua sensibilidade e eu garanto que não dói. Ajuda a tornar o mundo um lugar melhor.

Thyeme Figueiredo

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